Ter um cachorro pode fazer muito bem a um idoso

Friendship between old man and  black Miniature Schnauzer dogSe você tem mais de 60 anos e é dono de um cão ou voluntário para passear com o cachorro de um vizinho, saiba que sair com um amigo de quatro patas pode fazer maravilhas para o seu bem-estar. A terapeuta ocupacional Mariela Besse, especialista em Gerontologia, destaca que ser responsável por um ser, nessa fase da vida, é extremamente positivo. “Muitos idosos têm a sensação de menos valia, pois os filhos cresceram. Ter um animal de estimação sob sua responsabilidade é sentir-se útil de alguma forma”, afirma.
 
Alguns cuidados, no entanto, são indispensáveis. Primeiro, recomenda-se que o cachorro tenha porte médio. “Cães muito pequenos podem não ser vistos no caminho e fazerem o idoso cair. Já os muito grandes têm força para derrubar o idoso em um passeio, por exemplo”, aconselha Mariela. Além disso, é importante que o animal tenhas as vacinas em dia e, se possível, mantenha as unhas aparadas para não arranhar o idoso, cuja pele é mais sensível. E, também, que ele seja educado a urinar e defecar em local apropriado – do contrário, o dono pode escorregar e cair.
Veja a seguir outros motivos para ter um cachorro e um alerta para prevenir quedas.

  1. Melhora a saúde do coração

Os cães não apenas enchem seu coração de alegria, mas o tornam mais forte. Estudos mostram que ter um cachorro está relacionado a uma pressão arterial mais baixa, redução de colesterol e diminuição dos níveis de triglicérides, que contribuem para uma melhor saúde cardiovascular e menos ataques cardíacos. Além disso, donos de cães que têm ataques cardíacos têm taxas de sobrevivência superiores quando comparados a idosos que não possuem cachorros.

  1. Mantém você ativo e se exercitando

Médicos em geral recomendam que as pessoas façam pelo menos 2 horas e 30 minutos de exercício moderado por semana. Os proprietários de cães têm muito mais chances de atingir esse objetivo. Essa atividade os ajuda a permanecerem ativos não importa a idade – mesmo aos 70, 80 anos.
Recentemente, um estudo na revista The Gerontologist descobriu que os adultos mais velhos que andavam com cães experimentaram “menor índice de massa corporal, menos limitações para as atividades da vida diária, menos visitas ao médico e exercícios moderados e vigorosos mais frequentes”.

  1. Ajuda a perder peso

Quer perder alguns quilos? A pesquisa descobriu que as caminhadas diárias com o cão ajudam o dono a perder peso, já que o força a fazer atividade física moderada por 10, 20 ou mesmo 30 minutos em cada saída. De fato, em 2010, um pequeno estudo descobriu que pessoas que caminhavam com cães “emprestados” cinco vezes por semana perderam uma média de 14,4 quilos ao longo de um ano. A melhor parte: os participantes consideraram a caminhada um ato de responsabilidade com o cão, e não um exercício. (“Eles precisam de nós para passear”).

  1. Melhora a sua vida social

À medida que envelhecemos, torna-se mais difícil sair de casa e conhecer pessoas. Não é assim para os donos de cães. Pesquisadores descobriram que cerca de 40% fazem amigos com mais facilidade, possivelmente porque a grande maioria – 4 em 5, de acordo com um estudo britânico – falam com outros donos de cães durante os passeios, o que os torna pessoas mais extrovertidas e sociáveis.

  1. Reduz o estresse

Há uma razão pela qual a terapia com cães é tão eficaz: ficar apenas alguns minutos com um animal de estimação pode diminuir a ansiedade e a pressão arterial e aumentar os níveis de serotonina e dopamina, dois neuroquímicos que desempenham papéis fundamentais para trazer paz e bem-estar. Pessoas executam tarefas estressantes de uma maneira melhor quando há um cão ao redor. Estudos mostram que os cães são capazes de aliviar a tensão tanto no escritório e como entre casais.
6. Adiciona significado à vida
À medida que envelhecemos, especialmente depois que nos aposentamos, pode ser difícil encontrar um significado para o dia a dia. Cães podem cuidar disso, já que precisam ser cuidados. Cães também ajudam a evitar a solidão e o isolamento, o que é fundamental para impedir o declínio cognitivo e algumas doenças.
 7. Evita a depressão
Acredita-se que os proprietários de cães são menos propensos à depressão do que aqueles que não têm um animal de estimação, em grande parte porque eles ajudam em diversos aspectos nas áreas de saúde e bem-estar. Além disso, cães de terapia –  animais que não permanecem na casa, mas só vão para sessões terapêuticas em clínicas ou hospitais – têm se mostrado eficazes em aliviar a depressão em uma variedade maior de pessoas, entre velhos e jovens, doentes e saudáveis.

  1. Previne alergias nas crianças

Nos anos 1990, especialistas acreditavam que um cão em casa contribuía para aumentar as alergias nas crianças. Pesquisas recentes mostram exatamente o contrário: cães e gatos realmente reduzem a chance de uma criança se tornar alérgica a animais – em até 33% dos casos, de acordo com um estudo de 2004 publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunology. Como um bônus, os jovens podem até desenvolver sistemas imunológicos mais fortes.

  1. Reduz as visitas ao médico

Se você tem mais de 60 anos e possui um animal de estimação, as chances de que você procure alguma ajuda médica são cerca de 30% menores do que as pessoas que não têm um animal de estimação. Um estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology mostrou que os idosos proprietários de animais “relataram menos contatos médicos durante o período de um ano do que os entrevistados que não possuíam animais de estimação”. Mesmo em comparação a proprietários de gatos, pássaros e outros animais, “proprietários de cães tiveram menos visitas ao médico.”
10. Ajuda na luta contra doenças e lesões
Acredita-se que possuir um cão pode ajudar a detectar, tratar e gerenciar algumas doenças e lesões. Por exemplo:
– Alguns cães foram treinados para cheirar pele, rim, bexiga e câncer de próstata, entre outros.
– “Cães de serviço” – tipo de cão especificamente treinado para ajudar pessoas com deficiências – são conhecidos por beneficiar as pessoas com lesão cerebral traumática, autismo, artrite reumatoide, entre outras doenças, aumentando a mobilidade e promovendo a independência.
– Os pacientes com Alzheimer são acalmados pelos cães, cuja companhia também parece mitigar crises emocionais e a agressividade dos doentes.
 
Quando os cães não são tão amigos
De acordo com os Centros para Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, pouco mais de 86 mil quedas por ano são causadas por animais de estimação – 88% por cães. Quedas podem ser eventos trágicos de saúde para pessoas mais velhas, muitas vezes levando a lesões graves (quadris quebrados, etc) e longas estadias hospitalares. Se você está pensando em adotar, considere problemas de mobilidade e certifique-se de tomar medidas para reduzir os perigos de quedas.