Residente: Dra. Fernanda Mendes Loma Garcia
Preceptor Residência Santa Casa de Misericórdia de São Paulo: Dr. Victor Abrão Zeppini
Os EUA, apesar de uma das nações mais ricas de todo o mundo, possuem uma expectativa de vida menor em relação a outros países de primeiro mundo, ocupando a 31a posição.
Condições crônicas, como câncer e doenças cardiovasculares, são alguns dos problemas de saúde mais comuns e dispendiosos, embora em grande parte evitáveis em sua fase precoce se for adotado um estilo de vida saudável.
Países como Canadá, Japão, Reino Unido e Dinamarca têm uma expectativa de vida aumentada em 7,4 a 17,9 anos, com base em um estilo de vida de baixo risco.
O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial impacto de fatores de estilo de vida individuais e combinados a morte prematura e a expectativa de vida na população dos EUA.
Método: Foram utilizados dados do Nurses’ Health Study (1980-2014; n = 78865) e o Estudo de Acompanhamento dos Profissionais de Saúde (1986-2014, n = 44354). Foram definidos cinco fatores de estilo de vida de baixo risco: não fumar; IMC: 18,5-24.9; uso moderado de bebida alcoólica: atividade física de no mínimo 30 minutos ao dia de intensidade moderada a vigorosa; e uma dieta com qualidade.
Foram utilizados dados do NHANES (National Health and Nutrition Examination Surveys; 2013–2014) para estimar a distribuição do escore de estilo de vida e o banco de dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças para determinar as taxas de mortalidade por idade dos americanos. Aplicou-se o método da tabela de vida para estimar a expectativa de vida por níveis do escore de estilo de vida.
Durante 34 anos de acompanhamento, foram documentadas 42.167 mortes. O risco de não adesão da população a cinco fatores de baixo risco foi de 60,7% (IC 95%, 53,6-66,7) para mortalidade por todas as causas; 51,7% (IC 95%, 37,1–62,9) para mortalidade por câncer; e 71,7% (IC 95%, 58.1-81.0) para mortalidade por doença cardiovascular.
O presente estudo estimou um aumento na expectativa de vida para indivíduos americanos aos 50 anos em 14 e 12,2 anos, para mulheres e homens respectivamente, que adotaram os cinco itens de estilo de vida saudável, em detrimento dos que não adotaram nenhuma medida de baixa risco. (Figura 1C)
A figura 1A demonstra uma modesta diferença da expectativa de vida entre os participantes que adotaram as mudanças do estilo de vida e os que não adotaram, sendo as expectativas das mulheres um pouco maior que dos homens, fato demonstrado na figura 1B.
A figura 2 estimou a expectativa de vida para cada estilo de vida e, como esperado, o aumento de exercício, o não-tabagismo – ou, se fumante, a redução da quantidade de cigarros –, um padrão alimentar saudável, a ingestão moderada de álcool e peso corporal ótimo foram associados à maior expectativa de vida.
Outro dado importante foi que 75% das mortes prematuras por doença cardiovascular e metade das mortes precoces por câncer nos EUA poderiam ser atribuídas à falta de adesão a um estilo de vida de baixo risco.
Notou-se que quanto maior o número de fatores de estilo de vida de baixo risco, maior a expectativa de vida prolongada potencial, independentemente dos fatores combinados.
Conclui-se, portanto, que a prevenção deveria ser prioridade na política nacional de saúde da população americana. A estimativa da expectativa de vida encontrada no trabalho foi consistente com outros estudos prévios e a diferença na expectativa de vida entre os EUA e outros países desenvolvidos poderia ser reduzida com a melhora dos fatores de estilo de vida.
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