Não caia em golpes financeiros

senior man holding piggy bank suspicious protecting savingsOs golpes são diversos – desde o telefonema pedindo o depósito de algum valor em troca de algum serviço inexistente até a falsa solidariedade no caixa eletrônico para ajudar o idoso a realizar um serviço bancário. No Disque 100, serviço gratuito de denúncias do Ministério dos Direitos Humanos, em 2016, cerca de 39% dos chamados que relatavam violência contra o idoso eram em relação a abusos financeiros e econômicos. Os dados de 2017 serão divulgados apenas em maio, mas os números já dão uma boa ideia do tamanho do problema.
Dados do Serasa Experian, também de 2016, apontam que o percentual de idosos suscetíveis a fraudes cresceu de 36,5% em 2014 para 43,6% em 2016, sendo que os homens (71,6%) são as principais vítimas. A faixa etária acima dos 60 anos foi a que mais cresceu em números de vítimas de fraudes.
“Por serem pessoas às vezes com a saúde mais frágil e até com problemas cognitivos, acabam sendo vítimas desse tipo de problema”, explica Antonio Leitão, gerente institucional do Instituto Mongeral Aegon de Longevidade.
Na opinião dele, o primeiro passo para coibir esse tipo de fraude deveria ser uma mudança jurídica. “O Estatuto do Idoso fala da violência em geral, mas não especifica a questão financeira. É preciso haver um aparato legal claro que coíba esse tipo de violência”, diz. Sem que o Estatuto do Idoso especifique a violência financeira, o idoso acaba à mercê de empréstimos e contratação de serviços que não deseja, mas aos quais se sente compelido a aderir em bancos ou empresas de crédito consignado.
Quando os familiares são os abusadores, a situação fica ainda mais difícil. “O idoso, muitas vezes, não tem coragem de denunciar os filhos”, afirma Leitão. Por esse motivo ele aconselha o idoso que tem sua autonomia preservada a não relegar a administração financeira a outras pessoas – nem mesmo familiares próximos.
O especialista também acredita que os bancos poderiam melhorar suas práticas pensando no público idoso e ainda adotar tecnologias mais amigáveis. “Até jovens têm dificuldades em realizar alguns serviços no caixa eletrônico porque alguns serviços não são amigáveis para serem feitos sem auxílio de um funcionário do banco”.
Diante desse cenário, Leitão dá algumas dicas para idosos e familiares evitarem esse tipo de fraude. É também importante ressaltar que crimes devem ser tratados como tal – e o Ministério Público também pode receber as denúncias via denúncia policial. Vale, portanto, fazer um Boletim de Ocorrência caso seja vítima de abuso.
 
Cuidados para não cair em fraudes

  1. Tenha cuidado com suas informações pessoais – Não passe número de documento ou senhas por telefone. Bancos não costumam pedir esses dados por telefone. Se for preciso confirmar documentos, deixe que a pessoa ao telefone fale os números, provando que ela tem realmente seu cadastro.
  2. Não confie nas pessoas em filas de banco – Se for pedir ajuda para algum serviço, assegure-se de que seja um funcionário do banco com identificação.
  3. Não responda SMS ou mensagens de qualquer tipo que ofereçam prêmios ou com resultados de sorteios dos quais você não participou.
  4. Não há como ganhar dinheiro fácil – Se alguém prometer lucro rápido e dinheiro fácil, desconfie
  5. Se for pegar empréstimo, faça as contas – Muitas empresas oferecem empréstimo fácil, mas a juro altos. No entanto, sem fazer as contas, muitas vezes é difícil perceber a grande desvantagem. Na dúvida, converse com familiares ou seu gerente do banco.