Anualmente, o encontro dos serviços de geriatria e gerontologia é bastante aguardado pelos profissionais da área. O motivo da expectativa é acadêmico, já que nessas ocasiões são apresentados trabalhos e pesquisas realizados por professores, pesquisadores e alunos, mas também pessoal, pois os encontros reúnem colegas que estão atualmente trabalhando nos serviços e muitos que já passaram por eles. Dois dos maiores encontros – o SIGG (Simpósio Internacional de Geriatria e Gerontologia) do Serviço de Geriatria da Universidade Federal de São Paulo, e o GERO, do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) aconteceram no segundo semestre de 2017.
Este ano, o SIGG teve como tema “Longevidade: Desafios e Perspectivas”. “Tivemos uma diversidade grande dentro desse tema, com abordagem prática de casos clínicos, trazendo muitas novidades para a prática diária dos profissionais, bem como novas linhas de tratamento e de rastreamento”, conta a geriatra Maisa Kairalla, presidente da SBGG-SP e coordenadora do Ambulatório de Transição de Cuidados da Disciplina de Geriatria e Gerontologia. Ela destaca ainda na programação deste ano uma aula sobre transição de cuidados durante a qual foi apresentado o modelo adotado pela Unifesp.
Na ocasião também estiveram presentes três palestrantes internacionais: Stephanie Studenski (Estados Unidos), Florence Bonté (França) e Gustavo Duque (Austrália), de serviços de geriatria parceiros, que recebem residentes da Unifesp nesses países. “A presença deles mostrou para quem não é do serviço como funcionam nossas parcerias fora do Brasil”, diz a geriatra Ana Beatriz Di Tommaso, vice-presidente da SBGG-SP. “O SIGG deu visibilidade sobre o que acontece no Brasil e no mundo na geriatria e na gerontologia”, ressalta Maisa.
O GERO, que acontece há 18 anos, escolheu o tema fragilidade como assunto central de 2017. Um dos destaques da programação foi a aula da bióloga e geneticista Mayana Zatz, que falou sobre genética e longevidade funcional, além dos representantes do próprio serviço da USP.
“Esse é um espaço em que os diferentes componentes do Serviço de Geriatria do HC-FMUSP podem se expressar naquilo que mais estudam e conhecem”, diz o geriatra Wilson Jacob, diretor do Serviço de Geriatria da FMUSP e presidente do Gero.
“Seja na apresentação dos trabalhos de conclusão de curso (TCCs), em que autor-orientador-supervisor mostram a força da sua interação, seja na fala dos professores convidados ou na palestra magna, na qual apresentamos um tema de interesse mais amplo, o GERO se propõe a criar um ambiente favorável à interlocução, no qual todas as opiniões são bem aceitas e incluídas no cenário das discussões”, diz.
Oportunidade para networking
Do ponto de vista da integração, Ana Beatriz destaca a possibilidade que o SIGG propicia de reunir diversas gerações. “Todos os anos é assim: reunimos pessoas do próprio serviço, bem como egressos e ex-alunos que estão atuando pelo país todo. Foi uma grande oportunidade de tê-los conosco para partilhar conhecimento”.
Jacob também destaca que a integração entre os profissionais é um ponto importante desses encontros. “Especialmente porque há uma heterogeneidade grande entre os participantes, que encontram ali a oportunidade de se integrar com quem possa agregar valor ao seu conhecimento.”
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