O envelhecimento da população tem promovido a necessidade de que os profissionais da saúde olhem com atenção – e com propriedade de conhecimento – para os idosos. O mesmo acontece com a oftalmologia. A população acima dos 60 anos de idade tem especificidades e a oftalmogeriatria tem muito a acrescentar para melhorar o atendimento a essas pessoas.
“Nos últimos anos, as técnicas cirúrgicas avançaram muito e estão mais seguras como, por exemplo, na cirurgia de catarata – antigamente o paciente precisava de internação para que ela fosse realizada, eram dados pontos na córnea, e as lentes intraoculares não eram tão eficientes na correção e na qualidade da nova visão estabelecida”, explica Marcela Cypel, doutora em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coautora do livro oftalmogeriatria e uma das coordenadoras do curso de formação em oftalmogeriatria no Instituto da Visão dessa mesma universidade. “Mudaram também os exames diagnósticos, que estão avançando muito, especialmente no que diz respeito à tomografia de coerência óptica e outros exames de imagem como a angiofluoresceinografia”.
O avançar da especialidade é o principal impulsionador do curso de formação em oftalmogeriatria, que teve início em maio deste ano e que, devido à procura, deve iniciar nova turma. “Estamos disseminando e expandindo esse conhecimento, o que julgo um grande avanço e um ganho expressivo para a especialidade”, conta a especialista.
A edição atual do curso de formação em oftalmogeriatria durará até novembro, com oito módulos, dois períodos por mês – sempre às sextas à tarde e sábados pela manhã. O objetivo é fornecer informações e conhecimentos de geriatria e gerontologia para o oftalmologista. “Estamos abordando temas oftalmológicos partindo de uma mesma alteração; por exemplo o olho seco, a catarata ou a retinopatia diabética, focando em suas peculiaridades no olho de uma pessoa com mais de 60 anos e de uma pessoa com mais de 85 anos”, explica a médica.
Também fazem parte do curso temas como imunização nos idosos, longevidade, cuidados anestésicos nas cirurgias oftalmológicas do idoso, envelhecimento saudável, cuidados paliativos, doença de Parkinson, depressão no Idoso, entre outros.
Devido à grande procura, Marcela diz que novas edições devem ocorrer, tanto para oftalmologistas, como para geriatras e especialistas em gerontologia. “Pretendemos aproximar esses profissionais dos temas da oftalmologia”.
Para mais informações sobre o curso, acesse aqui.
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