Atenção à osteoporose

A osteoporose é uma doença crônica silenciosa que ocorre em homens e mulheres e seu primeiro sintoma é a fratura por fragilidade óssea.
A prevenção da osteoporose deve se iniciar ainda na gestação. Na infância, a criança deve ter uma alimentação rica em cálcio para evitar problemas futuros, principalmente na fase da puberdade, quando acontece o pico de massa óssea, possibilitando um armazenamento ósseo para a vida adulta. Nesse sentido, a mudança da alimentação dos jovens vem preocupando os especialistas no assunto, já que o leite e seus derivados vêm sendo esquecidos por essa população. Recomenda-se que todos os indivíduos tenham uma alimentação rica em cálcio, principalmente aqueles quem têm fatores de risco para osteoporose – três porções por dia podem ser suficientes.
A perda óssea ocorre sobretudo nas mulheres com mais de 50 anos de idade, em razão da menopausa e da falta de estrogênio.
Mulheres acima de 65 anos, homens a partir de 70 anos e indivíduos com 50 anos ou mais com fatores de risco (baixo peso, história familiar de fratura, história prévia de fratura, tabagismo, etilismo, artrite reumatoide, uso de anticonvulsivantes e corticoides a longo prazo, menopausa precoce, doenças intestinais, cirurgia bariátrica, hepatites virais, AIDS, diabetes) devem passar por uma avaliação médica e por investigação diagnóstica de osteoporose.
O tratamento da osteoporose é feito com medicações capazes de reduzir o risco de fraturas, além da adequação de cálcio, de vitamina D e de proteína, da alimentação e prática regular de atividade física.
O cálcio tem a função de tornar a estrutura óssea mais resistente e sua ingestão tem recomendações específicas, de acordo com a faixa etária. A vitamina D é fundamental para sua absorção no intestino, e assim, recomenda-se exposição solar diária de 15-20 minutos até as 10h da manhã ou depois das 16h. A suplementação de vitamina D sem orientação médica pode ser perigosa.
Os exercícios mais recomendados são os aeróbicos, associados a exercícios resistidos e de equilíbrio, como por exemplo caminhada, corrida, musculação e dança. Um programa de exercício diversificado, que utilize diferentes grupos musculares e com movimentos repetitivos, como o treinamento funcional, parece ser melhor que a corrida ou o ciclismo.
Além disso, devemos nos preocupar precocemente com uma casa segura para evitar quedas e, consequentemente, fraturas por fragilidade.
Dicas para uma casa segura:
– cadeiras e poltronas devem ter uma altura mínima de 45-50 cm do chão;
– tire tapetes da sala e de outros cômodos;
– mantenha os cômodos iluminados e à noite sempre deixe uma luz acesa;
– na cozinha, deixar tudo que é mais usado com acesso fácil;
– coloque fitas antiderrapantes na borda dos degraus das escadas.
A mudança de hábitos e a adoção de um estilo de vida saudável é um investimento para o futuro ósseo e muscular do idoso e consequentemente para sua qualidade de vida.
Ana Laura de Figueiredo Bersani
Médica geriatra; especialista em geriatria pela SBGG; membro da diretoria da SBGG-SP; assistente do Serviço de Dor e Doenças Osteoarticulares da Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Unifesp.