Consórcio internacional com dados sobre o envelhecimento

Formar, atualizar e difundir o conhecimentoNo 11° Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia, o GERP.19, os congressistas poderão conhecer mais sobre o ELSI – Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros, apresentado por sua coordenadora, Maria Fernanda Lima-Costa, diretora do Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento da Fiocruz Minas Gerais.
O estudo epidemiológico abrange informações sobre os idosos em território nacional. No entanto, esses dados também estão começando a ser cruzados com outros estudos internacionais. O International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (InterCoLAging), coordenado por Tiago Alexandre, presidente do departamento de Gerontologia da SBGG-SP, é um consórcio de estudos longitudinais que, além do ELSI, envolve o ELSA Study (English Longitudinal Study of Aging), da Inglaterra, e o MHAS Study (Mexican Health and Aging Study) que, apesar de ter dados do México, é desenvolvido nos Estados Unidos.
A ideia de formar o consórcio desses estudos longitudinais de múltiplas coortes surgiu durante o pós-doutorado de Alexandre em parceria com o pesquisador Cesar de Oliveira, do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da University College London. Com a concordância dos coordenadores de cada estudo, o projeto foi submetido ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que hoje é o financiador. “Nosso objetivo principal é unir esforços para responder questões em saúde do envelhecimento, as diversas trajetórias de vida e o impacto econômico do envelhecimento”, explica Alexandre.
Os estudos são muito amplos – o MHAS envolveu mais 15 mil pessoas de 2001 a 2015. O ELSA, teve múltiplas coortes em três ondas de pesquisa, envolvendo, em cada uma delas, de 8 mil a 10 mil pessoas. Já o ELSI conta com a coleta de dados de mais de 10 mil idosos brasileiros.
Diversas pesquisas estão sendo realizadas pelo InterCoLAging. No tema diabetes, por exemplo, há um estudo usando dados do Brasil e, outro, comparando Brasil e Inglaterra. Há ainda mestrados e doutorados sendo desenvolvidos na Inglaterra relacionando vitamina D e óbitos, dinapenia e condições pregressas de vida. Numerosos artigos já foram publicados nos principais periódicos internacionais como o Journal of the American Medical Association (JAMA), o Journal of Gerontology Bilogical and Medical Sciences, o Journal of Nutrition, Health and Aging e a Clinical Nutrition, com grande impacto para a área de envelhecimento. Estudos comparando os três países – México, Brasil e Inglaterra – já estão em planejamento.
“São várias frentes de trabalho possíveis de serem realizadas graças ao consórcio com essa imensa base de dados que traz variadas faces do envelhecimento mundial”, afirma Alexandre. “Podemos unir pesquisadores e fomentar ainda mais a pesquisa comparando diversas regiões”.