O estresse do cuidador pode resultar da responsabilidade de cuidar de pacientes com doenças crônicas. Ele pode ocorrer em qualquer indivíduo que esteja cuidando de idosos. Considerando que muitos dos cuidadores também têm mais de 60 anos, cria-se um ciclo de idosos cuidando de idosos.
Um estudo publicado no início deste ano no periódico Journal of the American Medical Association (JAMA) mostrou que os médicos raramente prestam atenção aos cuidadores, muitas vezes chamados de “pacientes invisíveis”. Toda a atenção está focada no paciente, enquanto o cuidador muitas vezes também está com a saúde comprometida.
O artigo lista alguns fatores de risco que devem sinalizar para o médico que talvez seja o caso de examinar também o cuidador. Entre eles incluem-se:
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- Ser do sexo feminino
- O número de horas dedicadas ao cuidado
- A complexidade de tarefas médicas, como lidar com feridas e regimes complexos de medicamentos
- Transições de um tipo e local de cuidado para outro, como de casa para o hospital, para reabilitação ou para uma instituição de longa permanência
- Dificuldades financeiras
- Declínio cognitivo do paciente
- Um cuidador com pouca instrução
- Um cuidador que mora com o paciente
- A ausência de escolha na hora de assumir o papel de cuidador
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O artigo traz a história de uma idosa de 84 anos que cuidava de seu marido de 86, que tentou se matar com três tiros. Segundo Ronald D. Adelman, autor do estudo e um dos coordenadores de geriatria e medicina paliativa no Weill Cornell Medical College em Nova York, o mais surpreendente do caso não foi a tentativa de suicídio, mas o alívio da senhora por não ter que ser responsável pelo marido enquanto estava hospitalizada. Ele afirma que se ela tivesse recebido apoio adequado dos profissionais de saúde e não tivesse se sentido abandonada.
O artigo do JAMA também traz uma lista de perguntas que médicos deveriam fazer, como um simples “Como você está se sentindo?” até o mais complexo “Se algo acontecer com você, você já tomou providências para que outra pessoa cuide do paciente?”.
“Não deveria haver pacientes invisíveis”, afirmou Adelman numa entrevista para o jornal The New York Times.