Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial

EsfigmomanômetroAs doenças cardiovasculares são a maior causa de mortes no mundo, inclusive no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, mais de 14 milhões de pessoas morrem por problemas como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e outras questões relacionadas.
Muitos casos poderiam ser evitados com o controle da hipertensão arterial e do colesterol, entre outros fatores de risco que podem levar à ocorrência das doenças cardiovasculares. Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, mais de 30% da população no país tem hipertensão – considerando-se valores acima de 140/90 mmHg.  A prevalência é ligeiramente maior em homens do que em mulheres.
Devido à importância do tema e de suas consequências na saúde da população, hoje, 26 de abril, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. “Datas como essa são importantes para chamar a atenção da população sobre problemas graves de saúde”, explica o geriatra Maurício de Miranda Ventura, diretor da SBGG-SP. “A hipertensão arterial é muito comum de acometer as pessoas que estão envelhecendo. Além de ser silenciosa, pode ter consequências bastante limitantes para a qualidade de vida”.
Em problemas crônicos como a hipertensão arterial, um dos principais desafios é a aderência ao tratamento. Muitos pacientes começam, porém não continuam o acompanhamento médico. “Acredito que a adesão e continuidade do tratamento só acontece quando há informação e a discutimos com nosso paciente. Assim, com conhecimento, ele passa a assumir uma importante responsabilidade sobre sua saúde, cabendo a ele decidir qual caminho seguir”, afirma o médico.
Além do prosseguimento do tratamento, outra questão importante em relação à hipertensão arterial é o fato de essa ser uma doença silenciosa. Eventualmente, sintomas como dor de cabeça, dor no peito e falta de ar podem estar associados a uma crise hipertensiva, mas a maioria dos casos não apresenta qualquer sintoma. Por isso, caso haja uma suspeita de que a pressão possa estar alterada, um médico deverá ser consultado. “Não adianta só aferir a pressão, temos que interpretar seu resultado”, diz Ventura. Isso porque no dia a dia, a pressão pode subir e ser uma reação normal do corpo – após uma corrida, um susto e durante um episódio de dor. Nesses casos, a pressão elevada não tem significado clínico.
É essencial, ainda, saber que qualquer pessoa pode tornar-se hipertensa e em qualquer idade. “Vai depender da herança genética e de hábitos de vida, como tabagismo, dieta com muito sal, obesidade, sedentarismo e estresse”, afirma o geriatra. No entanto, com o envelhecimento, as artérias tornam-se mais rígidas por perda de elasticidade e por conta de depósitos de placas de gordura em suas paredes, levando, portanto, a um aumento da pressão arterial. Ou seja, é muito comum as pessoas tornarem-se hipertensas a partir dos 40 anos e, quanto mais tempo se vive, maior a chance de que o indivíduo venha a ser hipertenso.
Além de o controle da pressão arterial ajudar a prevenir doenças cardiovasculares, também contribui para retardar o aparecimento ou a evolução da Doença de Alzheimer. “Cuidar da saúde é importante para se ter um envelhecimento saudável. Manter uma dieta com pouco sal, tomar os medicamentos regularmente e consultar seu médico de confiança periodicamente é fundamental para manter a saúde e, principalmente, evitar modismos e terapias não recomendadas”, completa o médico.