Engasgos, tosse, gripes e resfriados frequentes não são sinais comuns do envelhecimento. Se isso estiver acontecendo com algum idoso em sua família, pode ser disfagia e você deve procurar um fonoaudiólogo para uma avaliação.
Essa é a mensagem da campanha sobre disfagia que a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) lançou em setembro. Encabeçada pelos geriatras Carlos Uehara e Ana Beatriz di Tommaso, pela nutricionista Myrian Najas e a fonoaudióloga Juliana Venites, o foco da campanha é o público em geral, não apenas os especialistas.
“Atingir o grande público é algo inédito de campanhas sobre disfagia no Brasil e mesmo fora dele. O comum é que as campanhas sejam feitas apenas para médicos e profissionais da saúde”, conta a fonoaudióloga Juliana Venites, membro do conselho consultivo da SBGG-SP. “A população deve se apoderar desse conhecimento, sinais e sintomas para que possa reconhecer isso em seus familiares ou em si mesmo e reportar ao médico”, diz Juliana.
O primeiro passo é reconhecer o problema. A disfagia é a mudança de trajeto do alimento. Ou seja, ao invés de ir para o esôfago e estômago, o alimento escapa para as vias aéreas. Os sintomas clássicos são, segundo Juliana, tosse ou engasgo durante a alimentação.
As consequências são desnutrição, desidratação e pneumonia recorrente. Em casos mais graves, o engasgo pode até levar à morte. (Veja o percurso normal e o alterado em vídeo). Fique atento se o idoso não quer mais comer, por exemplo, um bife, e prefere carne moída. “Muitas vezes não é sinal de preferência, e sim um reconhecimento dessa dificuldade”, explica a fonoaudióloga.
O que a campanha quer mostrar é que a disfagia não é um problema de deglutição esperado pelo envelhecimento. É mais grave que isso, conforme explica a fonoaudióloga. Sua incidência é grande em idosos com doenças neurodegenerativas e outras enfermidades, em especial entre pessoas com Parkinson – oito a cada dez delas, segundo o periódico internacional Dysphagia. Nos pacientes com Alzheimer, a incidência de disfagia é de dois para cada três.
Para assistir aos vídeos da campanha e saber mais, acesse aqui.
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