Em algumas regiões do Brasil os termômetros alcançam facilmente os 40 graus. No verão, então, essa temperatura é rotina em muitas cidades. E esse calor excessivo pode causar alguns problemas na saúde e bem-estar de todos, especialmente dos idosos, que são naturalmente mais sensíveis ao calor e ao sol.
Isso acontece porque, com o envelhecimento, ocorrem algumas alterações no organismo, conforme explica a geriatra Ana Laura Bersani, diretora da SBGG-SP. “O idoso tem menos água em sua composição corporal, se compararmos com indivíduos mais jovens. Além disso, têm menos sensação de sede e mais alterações na pele, que é o órgão que regula a temperatura corporal”. Por isso, cuidado redobrado no verão.
Os riscos mais preocupantes devido às altas temperaturas e à exposição ao sol forte são a desidratação e a hipertermia, que podem levar a internações mais frequentes nessa faixa etária.
Os sinais de desidratação são simples de serem identificados. O idoso fica indisposto, cansado, lentificado e irritado. A pele se apresenta bastante ressecada e com coceira. Os problemas também se estendem ao intestino, mais ressecado, e à pressão arterial, menos estável na desidratação. Além disso, há diminuição do volume de urina. Outros sintomas podem ser dor de cabeça, confusão mental e mudança de comportamento.
Na hipertermia, que é o aumento da temperatura corporal, há contraturas musculares (dores ou mesmo caroços no músculo), náuseas, vômito, dor de cabeça, tontura e até convulsões. Nesses casos, a recomendação é deitar o idoso em local fresco, de preferência com ar condicionado, tirar qualquer vestimenta apertada ou desconfortável e oferecer água se ele estiver consciente. Procure ajuda médica imediatamente.
Prevenção sempre
Para evitar ambos, a orientação é que o idoso não espere ter sede para beber água. É preciso ingerir água ou outros líquidos com certa frequência para atingir por volta de dois litros diários – se, claro, não houver orientação médica contrária. Se for um idoso dependente, a orientação da médica é que haja uma oferta rotineira ao longo do dia, criando uma rotina.
Na alimentação, os picolés de frutas e as gelatinas são opções saborosas e que contribuem para a hidratação. E nada de refeições pesadas – deixe a feijoada para os dias mais frios. Os idosos devem investir em uma alimentação leve com muitas saladas, legumes e verduras.
Além da ingesta líquida, é preciso ficar atento ao ambiente. “Deve ser evitada a permanência em ambientes quentes e pouco ventilados”, diz a geriatra. Em caso de ambientes com ar condicionado, vale a pena conjugar o uso de umidificadores de ar para evitar o ressecamento das vias aéreas. Outro recurso é usar toalhas úmidas na nuca.
A exposição ao sol também deve ser feita de forma cuidadosa. Acessórios como bonés, chapéus, guarda-sóis e óculos escuros são recomendados, mas mais efetivo é evitar sair nos horários de maior incidência solar – entre 10h e 16 horas. “Nesse horário também devem ser evitadas atividades físicas ao ar livre”, recomenda Ana Laura. Não importa o horário, o filtro solar fator, no mínimo, 30 FPS, deve ser aplicado sobre as áreas expostas do corpo e reaplicado a cada duas horas.
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