É com pesar e tristeza que a SBGG-SP comunica o falecimento hoje (04/04) do dr. Matheus Papaléo Netto, um dos precursores da geriatria e da gerontologia no Brasil. O velório será realizado amanhã de manhã no Cemitério do Morumby.
O professor Papaléo, como era conhecido, foi o criador da Clínica Geronto-Geriátrica do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) e professor livre docente de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Por seu trabalho pioneiro, recebeu inúmeros prêmios e homenagens, entre as quais se destacam o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo e a Medalha Anchieta, conferidas pela Câmara Municipal de São Paulo em 2004. Também foi homenageado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, da Presidência da República, na Política de Atenção à Pessoa Idosa.
Também foi editor de vários livros com temas em geriatria e gerontologia, o último deles, “A Quarta Idade – O Desafio da Longevidade”, lançado em outubro de 2015.
A presidente da SBGG-SP Renata Nogueira Salles, que foi sua residente no HSPM, escreveu uma emocionada carta ao professor.
“Ao mestre com carinho,
Momento difícil de dizer adeus! E o faço com imensa emoção. Mas, como o senhor sempre disse: Precisamos sentir “emoção”, “paixão”, em todos os nossos atos. Inclusive nessa humilde homenagem de despedida.
Precisava dizer a todos o quanto o senhor foi especial, como pessoa e como professor, sempre apoiando e incentivando todos os seus alunos, ou melhor, seus discípulos. Sim, podemos nos chamar assim! Discípulos do Dr. Papaléo! Só quem conviveu com o senhor sabe do que eu estou falando. De quão imenso era esse coração. Brincávamos que era o coração mais “chagásico” que já existiu.
Devo dizer que o senhor foi um grande amigo, mestre, pai. Um grande incentivador, que foi responsável pelo caminho que trilhei até aqui e por todas as conquistas que obtive.
Grande guerreiro. Sempre lutou por difundir a geriatria e principalmente, a gerontologia. Defendia não a multidisciplinaridade, mas a interdisciplinaridade. Defendia que o idoso deveria lutar pela sua cidadania e defendia a ética e humanização da medicina. Um lutador, um vencedor.
Sempre levarei comigo os seus ensinamentos e transmitirei a quem eu puder.
Minha enorme gratidão e meu amor sincero.
De sua sempre discípula,
Renata Salles”