Os desafios do Alzheimer para os geriatras

MRI or magnetic resonance image of head and brain scan. Close up viewO diagnóstico de Alzheimer não é fácil. Nem para quem recebe, nem para quem o dá – no caso, o médico. “Não é fácil para o profissional dar a notícia, porque a doença de Alzheimer é neurológica e incurável, com uma progressão que pode variar entre lenta e rápida”, diz a geriatra Cristiane Comelato, membro da diretoria da SBGG-SP.
Além disso, também é difícil para o médico controlar os extremos da alteração comportamental que vem com a doença. “Pode variar da apatia, letargia e isolamento social até o oposto, com muita agitação psicomotora, inversão do ciclo sono-vigília, irritabilidade e agressividade”, comenta. Diante desse cenário, o especialista precisa buscar o delicado equilíbrio entre não deixar o paciente sedado, tampouco agressivo, brigando com seus cuidadores. “O meio termo da balança é bastante difícil de ser atingido com as medicações disponíveis”, afirma.
Outro desafio para o geriatra, segundo a médica, é o fato de os pacientes normalmente terem, além do Alzheimer, outras comorbidades associadas, como hipertensão, dislipidemia, arritmia cardíaca e depressão, por exemplo. “Por ser um paciente polimedicado, as interações medicamentosas são importantes e pode haver efeitos colaterais excessivos, prejudicando o uso das medicações para Alzheimer que temos disponíveis”. Também, alguns pacientes não respondem a essas drogas, por isso a necessidade de que novas sejam lançadas no mercado em curto ou médio prazo.
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