Parar de fumar, mesmo mais tarde, reduz o risco de demência

Man holding a cigarette in handUma equipe de pesquisadores da Universidade Kyushu, em Fukuoka, Japão, avaliou o estado de saúde e tabagismo de 754 japoneses adultos sem demência, com idade entre 65 a 84 anos de idade, que participaram do Estudo Hisayama. Esse projeto começou originalmente em 1961 para estudar doenças do aparelho circulatório do cérebro e sistema cardiovascular e os riscos de essas doenças em adultos japoneses.
Neste braço do estudo, publicado no Journal of the American Geriatrics Society, os pesquisadores examinaram os efeitos do tabagismo na meia idade e na terceira idade sobre o risco de demência. Os investigadores registraram idosos (305 homens e 449 mulheres) no estudo em 1988. Dessas pessoas, 243 homens e 376 mulheres também tinham participado de um exame de saúde realizado em 1973-1974, quando eram de meia-idade. Este braço do estudo terminou em 2005.
Os participantes fizeram testes para medir sua função cognitiva a cada seis a sete anos. Médicos locais ou as autoridades de saúde também monitoraram os participantes para AVC, comprometimento cognitivo e demência. Quando incidentes como estes surgiam, médicos e psiquiatras na equipe de pesquisa conduziam exames completos no paciente e também entrevistavam a família. Dos 422 pacientes que morreram durante o estudo, 77% deles foram submetidos a autópsias e exames cerebrais post-mortem. Durante o estudo, 83 homens e 169 mulheres desenvolveram demência.
Os pesquisadores avaliaram se os participantes fumavam cigarros, e em caso afirmativo, quantos e por quanto tempo. Eles também observaram a frequência com que os participantes consumiram álcool.
Em comparação com idosos que nunca fumaram, tabagistas atuais, tanto na meia idade quanto na terceira idade apresentaram um risco significativamente maior de desenvolver demência, independentemente da existência de outros fatores de saúde, como hipertensão arterial, níveis altos de colesterol, altas taxas de açúcar no sangue, ou outros problemas. Os pesquisadores também compararam o risco de demência em idosos que pararam de fumar na meia-idade ou na terceira idade com pessoas que nunca fumaram. Eles não encontraram aumento do risco de demência para ex-fumantes, tenham eles parado na meia idade ou até mais tarde na vida.
Os pesquisadores relataram que as pessoas que fumavam tanto na meia-idade quanto na terceira idade tiveram um risco de demência e doença de Alzheimer quase duas a três vezes maior do que as pessoas que nunca fumaram ou pessoas que pararam de fumar na meia-idade. Os mesmos benefícios não foram observados em fumantes de meia-idade que pararam de fumar mais tarde na vida.
Embora o estudo tenha sido realizado em uma população japonesa, os pesquisadores acreditam que os resultados poderiam se aplicar a pessoas de outras nacionalidades, já que a maioria dos estudos prospectivos populacionais, incluindo este, indicam que o tabagismo na meia idade e na terceira idade são fatores de risco importantes para o desenvolvimento de demência.
Parar de fumar, seja na meia-idade ou mais tarde na vida, pode reduzir as chances de um idoso desenvolver demência, concluíram os pesquisadores.
Com Health in Aging