Em momento de distanciamento social, são muitas as dúvidas de pacientes com doenças crônicas sobre a continuidade de seu tratamento. Ficar em casa e se preservar ou ir a uma consulta médica de rotina para pegar receita do remédio que está acabando?
Para os médicos que já possuem certificado digital (e-CRM ou assinatura digital – para saber como obter o seu, clique aqui), já há alguns serviços, inclusive gratuitos, para prescrições digitais. Daí a necessidade de ter o certificado, pois é desta forma que as farmácias atestam a legitimidade da receita – por ela ter uma assinatura com código criptografado que não pode ser copiado.
Esse tipo de plataforma tem sido uma saída para poupar que os pacientes tenham de ir ao consultório médico. A geriatra Ana Laura Bersani, da diretoria da SBGG-SP, tem usado um desses serviços para os pacientes que têm necessidade de prescrição. “É de fácil utilização e a maioria dos meus pacientes e familiares aprecia a novidade”, conta.
A Portaria n. 467, do Ministério da Saúde, publicada em 20 de março de 2020, regulamentou, em caráter especial e temporário, diante da epidemia da covid-19, ações de telemedicina, incluindo o receituário eletrônico.
A médica explica que mesmo os profissionais que não tenham prontuário eletrônico em consultório podem utilizar a plataforma de receituário digital de forma isolada, fazendo um cadastro simples e acessando pela internet. Se os prontuários do consultório não estiverem integrados, basta digitar na plataforma o nome do paciente e realizar a prescrição. As plataformas integram um banco com milhares de medicamentos e dosagens, mas é possível também incluir outros que, porventura, não estejam listados. Algumas, inclusive, além dos medicamentos, também incluem um banco com exames e procedimentos.
No Brasil, estão liberadas para esse tipo de prescrição medicações que demandam receituários simples e os de controle especial em papel branco (C1, antimicrobianos, antidepressivos, anticonvulsivantes e opioides). As medicações feitas em receituário azul ou amarelo (A1, A2, A3, B1, B2 e C2) não podem ser prescritas dessa maneira.
Direto para o celular
Com a prescrição digital, o médico consegue mandar a receita direto para o celular do paciente ou de um acompanhante. “Ele recebe um SMS com um link simples que, ao ser clicado, abre a receita”, diz a médica. Basta apresentar a receita no celular à farmácia que, por meio de um código, consegue atestar a veracidade da receita em seu próprio sistema.
A geriatra salienta, no entanto, que, infelizmente, nem todas as farmácias estão aptas para a dispensação de medicamentos dessa maneira. “Isso acontece principalmente para as pequenas farmácias ou para aquelas no interior dos estados, pois demanda um cadastro da farmácia à plataforma”, diz.
Para o paciente da capital paulista a oferta das redes de farmácia é imensa. “Nessa época de distanciamento social, é muito fácil o paciente enviar a receita eletrônica para a farmácia e já receber o medicamento por delivery. Dessa forma ele não precisa sair de casa para ir ao médico, nem para comprar o remédio”, afirma.
Ana Laura acredita que a fase atual de pandemia representa um importante passo para a consolidação de um ecossistema digital de saúde. “Temos tido lições importantes de como podemos tornar o atendimento em saúde cada vez mais ágil e eficaz”, defende. “Nessa fase de distanciamento social, um paciente pode passar por uma consulta a distância, receber sua receita médica por SMS e tê-la em mãos ou, literalmente, no bolso, em qualquer lugar que estiver”, afirma a geriatra.
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