Síndrome de Down – da pediatria para a geriatria

(da esq. para dir.) O geriatras Milton Gorzoni, Maisa Kairalla (presidente da SBGG-SP) e a geneticista Carla Franchi Pinto, do Elo21
(da esq. para dir.) Os geriatras Milton Gorzoni, Maisa Kairalla (presidente da SBGG-SP) e a geneticista Carla Franchi Pinto, do Elo21

As pessoas com síndrome de Down têm ultrapassado as barreiras da longevidade. Se há 40 anos a expectativa de vida não passava da adolescência – com raras exceções – hoje essas pessoas têm alcançado os 60 anos no Brasil. Essa é uma excelente notícia. E serão necessários que os geriatras assumam os cuidados dessa população.
No entanto, os especialistas nas características da síndrome são os pediatras que, a partir dos 18 anos, não dão mais conta de acompanhar esses pacientes. “Um jovem down de 20 anos já tem sinais de envelhecimento como se fosse muito mais velho, inclusive com encurtamento dos telômeros”, afirma a geneticista Carla Franchi Pinto, uma das fundadoras do Elo 21. (Saiba mais sobre o Elo 21 aqui).
Da pediatria direto para a geriatria deve ser, portanto, o futuro dos cuidados para os pacientes down. “Nesse caso, o processo é tão rápido que a pediatria e a geriatria vão se fundir”, afirma o geriatra Milton Gorzoni, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
“É um mundo novo a ser descoberto para o geriatra”, diz a geriatra Maisa Kairalla, presidente da SBGG-SP. Isso porque, se por um lado o geriatra tem todas as ferramentas para tratar dos sinais e doenças crônicas mais comuns ao envelhecimento, por outro não tem a formação para cuidar de pacientes down e suas especificidades – inclusive o porquê do envelhecimento precoce.
Pensando nessa aproximação das especialidades, foi firmada, no dia 21 de março, na sede da Elo 21, a parceria entre a associação e a SBGG-SP, na pessoa da presidente da instituição. “Da mesma forma que falamos para as pessoas em geral, precisamos educar essa população para o envelhecimento. Incentivar a autonomia e as práticas que ampliem a qualidade de vida fará com que as pessoas down cheguem com mais saúde ao envelhecimento”, disse a geriatra. “E o trabalho que o Elo21 desenvolve, promovendo a autonomia das crianças e educando as famílias  para que permitam isso, vai nessa direção”.
 
Cartilha para maternidades
Quando um bebê nasce são muitas as alegrias e inquietações para os pais. Quando há o diagnóstico de Síndrome de Down para o recém-nascido, muitos casais não sabem o que devem fazer. Pensando nisso, a equipe da Elo21 lançou, também em 21 de março, uma cartilha com o título “Meu bebê com trissomia 21 – Calma, carinho e informação”.
As cartilhas estarão disponíveis em maternidades de São Paulo e à disposição de pediatras para oferecerem às famílias. O material, além de explicar o que é a Síndrome de Down, desmistifica a questão. Além disso, dá informações sobre a melhor alimentação e os benefícios da estimulação precoce para que a criança down cresça com independência.
Para informações sobre a cartilha, acesso o site da Elo21 aqui.