Avosidade é o termo que define a relação entre avós e netos. “Além disso, o termo abrange a percepção de ser pai ou mãe de alguém que agora também tem um filho, o que é um momento de vida muito marcante”, explica o psicólogo Caio Henrique Vianna Baptista, do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Para as crianças, a percepção saudável do papel dos avós é a de que são seus advogados. “A criança deve ver seus avós como refúgio, como seus advogados – pessoas para as quais ela corre quando se sente em apuros ou injustiçada”, explica o psicólogo.
Por isso, educar não faz parte das funções de avós. “A boa avosidade é aquela que, do ponto de vista dos pais, estraga um pouco o neto, pois o papel dos avós é curtir, ser cúmplice, não colocar imposições à criança”, diz Baptista. É, ainda, uma oportunidade, segundo o especialista, de reviver a maternidade e a paternidade de uma forma diferente e, ao mesmo tempo, a própria infância.
“É possível fazer para o neto o que não foi possível fazer pelo filho em termos de mimo”, afirma. No entanto, os avós precisam ter claro que a palavra final é dos pais das crianças, já que elas precisam de referência sobre quem é que dá as ordens.
Os avós têm ainda a função de transmitir as tradições e costumes familiares. “Essa relação é importante para a estruturação da personalidade da criança e para referências da família e suas histórias”, explica o psicólogo.
No Dia das Crianças, portanto, a recomendação do especialista aos avós é de que exerçam seu papel: curtam seus netos com muita doçura.