Já falamos por aqui que o envelhecimento é algo muito maior que somente uma faixa etária. Há pessoas de 80 anos que se sentem bem-dispostas e saudáveis e outras que, aos 65, não se sentem tão bem. Portanto, há diversos fatores envolvidos neste processo.
Um deles é a saúde mental das pessoas idosas. Com o envelhecimento e as transformações que costumam ocorrer na aptidão física, no corpo e nas relações com amigos e família – como perdas de entes queridos ou o afastamento dos filhos – podem surgir problemas emocionais sérios como angústia, medo, ansiedade e depressão.
De acordo com dados de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil vive uma epidemia de ansiedade: somos o país mais ansioso do mundo e um dos que possuem mais casos de depressão. Além disso, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também em 2019, no Brasil a depressão é mais prevalente entre as mulheres e pessoas da faixa de 60 a 64 anos (representando cerca de 13% dos idosos).
Causas da depressão nas pessoas idosas
O abandono familiar, a solidão, as doenças neurodegenerativas e a aposentadoria (que resulta na perda das atividades rotineiras), além do medo do futuro, estão entre as causas mais comuns da depressão nas pessoas idosas.
Também o etarismo (ou idadismo), que é o preconceito, a intolerância e a discriminação contra pessoas com idade avançada, contribui para que o emocional da pessoa idosa seja afetado.
Como o problema também pode estar relacionado a alguma doença – como o Alzheimer – é sempre importante investigá-lo a fundo, com a ajuda de um especialista.
Os sinais da depressão em idosos
– Perda ou excesso de sono;
– Mudanças no humor, tristeza aparente;
– Dificuldade de raciocínio, memória e concentração;
– Perda de interesse por atividades diárias.
E o que fazer?
Diante de problemas emocionais, que começam a afetar a rotina e causar sofrimento, é fundamental buscar ajuda. A terapia é uma aliada do envelhecimento saudável e pode fazer com que a pessoa resgate sua autoestima e comece a se priorizar. Dessa forma, a pessoa idosa alcança mais qualidade de vida e saúde, sentindo-se mais estimulada para lidar com os desafios diários.
Para isso, a participação da família junto à pessoa idosa é muito importante. É preciso demonstrar apoio, solidariedade, empatia e acolhimento, sem nervosismo ou preconceito, que podem piorar o problema. Outras ações que podem ajudar a manter a saúde mental e um envelhecimento com mais qualidade e bem-estar:
– Praticar atividades físicas (caminhada, hidroginástica, pilates);
– Socialização;
– Manter uma alimentação saudável e adequada e as consultas médicas em dia;
– Adotar um animal de estimação;
– Manter a cabeça ocupada com leitura, filmes, música, culinária, aprender algo novo, cuidar de plantas, escrever poesias, pintar quadros, ter um hobby (passatempo).
E sua saúde mental, como está? Fique sempre alerta a sinais de alteração de humor e comportamento. Caso esses sinais persistam, não sinta vergonha de buscar ajuda especializada.
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