Nós já falamos sobre a importância de realizar um atendimento humanizado durante as consultas, principalmente quando os pacientes são pessoas idosas.
Quando a relação médico-paciente flui de modo harmonioso, com empatia, respeito e acolhimento, a pessoa idosa se sente confiante e disposta a seguir à risca o tratamento indicado, gerando, dessa forma, fidelização e mais qualidade de vida para ela.
A fim de auxiliar médicos geriatras e especialistas em Gerontologia, o Dr. Eduardo Canteiro Cruz, membro da diretoria da SBGG-SP (biênio 2022 – 2024), listou 12 dicas importantes para o profissional realizar uma boa consulta com seu paciente. Confira:
1- Utilize uma comunicação objetiva, simples, com frases curtas, articule bem as palavras.
2- Espere pela resposta, escute a pessoa idosa, converse primordialmente com a pessoa idosa, pois ela é o seu paciente; o acompanhante é acessório.
3- Pergunte sobre os medicamentos em uso atual e eventual, peça uma lista desses remédios ou as receitas mais recentes e questione se o paciente teve alguma complicação desencadeada pelo uso de medicamentos. (saiba mais sobre este assunto aqui)
4- Avalie sua mobilidade. Como a pessoa idosa se levanta na sala de espera, como se senta na cadeira da sala de consulta, se nesse trajeto precisou se apoiar (seja nas paredes, nos móveis, nos acompanhantes ou se usa algum dispositivo, como bengala ou andador).
5- Avalie a saúde mental do seu paciente: se possui depressão, ansiedade, alguma alteração de comportamento ou da memória. (saiba mais sobre este assunto aqui)
6- Como seu paciente dorme, qual é a qualidade de seu sono?
7- Avalie a multimorbidade (quando a pessoa apresenta dois ou mais problemas de saúde), quais doenças crônicas apresenta (estão compensadas, estão descompensadas, houve internação recente?).
8- Analise o estado nutricional do seu paciente – em particular o apetite, o peso e se existe alguma alteração bucal.
9- Como é seu consumo de cálcio, proteína e líquidos.
10- Certifique-se de que as vacinas e os exames de rastreio estão em dia.
11- Estimule a atividade física, cognitiva e social.
12- Questione o paciente sobre suas preferências, desejos, sonhos e preocupações com o futuro.
Além disso, não podemos esquecer de mencionar o atendimento às pessoas idosas LGBTQIA+, reconhecendo sua existência e tratando-as com o devido respeito. Cada pessoa é única, possui suas características e particularidades, e cabe ao especialista avaliar sua saúde de forma holística – não suas preferências sexuais – a fim de reduzir as diferenças e melhorar o acesso dessas pessoas, já tão sofridas e estigmatizadas, aos serviços de saúde do nosso país.
Respeito, carinho e acolhimento durante o atendimento médico com pacientes idosos podem salvar vidas. Que tal começar a colocar essas atitudes em prática hoje mesmo?
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